domingo, 30 de maio de 2010

Grandes Adolfos: Adolfo Bloch

Adolpho Bloch (Jitomir, Ucrânia, 8 de outubro de 1908 — São Paulo, 19 de novembro de 1995) foi um dos mais importantes empresários da imprensa e televisão brasileira. Fundador do grupo de mídia que levava seu sobrenome, foi o criador da revista semanal Manchete, em 1952. E fundou em 1983 a Rede Manchete, hoje extinta. No Brasil, ele passou a assinar como Adolpho Bloch, com o ph no lugar do f em seu primeiro nome.
O fato da família Bloch ser de origem judaica fez com que se envolvessem em muitos problemas em 1917, na época da Revolução Russa. Um desses problemas era a fome, e sendo assim, junto com dezessete parentes, Adolpho Bloch deixou sua localidade natal, Jitomir, para morar em Kiev. Em 1921, deixou a Ucrânia definitivamente, chegando a morar 9 meses em Nápoles, na Itália. Somente em 1922, os Blochs chegaram ao Rio de Janeiro.
E a família Bloch chegava à então capital federal trazendo consigo apenas um pequeno pilão, utilizado para espremer especiarias. E foi pelo fato de chegar ao Brasil somente com o pilão, que foi explicado o título de sua biografia "O Pilão", lançada na década de 1980.
Os Bloch investiram a pequena economia no mesmo ramo com o qual trabalhavam quando moravam na Rússia: o gráfico. Já em 1923, com muito sacrifício, conseguiram comprar uma pequena impressora manual e começam rodando folhas numeradas para o hoje ilegal Jogo do Bicho. Esta era a primeira tipografia na vida de Adolpho Bloch.
Durante a década de 1940, trabalhou com muito sucesso na editora Rio Gráfica, de Roberto Marinho. Já nessa época, Seu Adolpho já era amigo de artistas e políticos, além de ser freqüentador da área boêmia do Rio. Lá, existia o Grêmio Recreativo Familiar Kananga do Japão, onde ele ia para as rodas de gafieira. Esse lugar inspiraria a novela da própria Rede Manchete, em 1989.
Em 26 de abril de 1952, Adolfo Bloch lança o primeiro número da revista Manchete, realizando o sonho de publicar um semanário de âmbito nacional. A partir daí, foi o início da construção de um dos maiores impérios de mídia da América Latina.
Desde sua fundação até meados da década de 1970, a Bloch Editores ficava sediada na rua Frei Caneca, no centro do Rio. Em seguida, a sede foi transferida para a Rua do Russel, no bairro da Glória (Zona Sul carioca). A Bloch Editores também publicava livros e revistas dos mais variados segmentos.
Além da revista (que se tornou a mais lida do Brasil, ganhando projeção mundial), outro grande orgulho de Seu Adolpho foi a amizade com o ex-presidente Juscelino Kubitschek. Adolpho Bloch foi, para JK, o amigo de todas as horas. A amizade era tanta que, quando o ex-presidente faleceu, em 1976, Adolpho quase obrigou para que o corpo fosse velado no saguão do prédio-sede de sua editora, na Glória. 19 anos depois, foi a vez do próprio Bloch ser velado no mesmo lugar.
Diferentemente do que muitos imaginam, a comunicação eletrônica nunca despertou o interesse do empresário e jornalista. Mas em 1980, pelas mãos dele e de seu sobrinho Pedro Jack Kapeller, foram lançadas a Rede Manchete de Rádio FM, com 5 emissoras pelo Brasil e a Rádio Manchete AM, no Rio de Janeiro.
No início da década de 1980, Adolpho Bloch designou um grupo de diretores e funcionários da Bloch Editores para cuidar do projeto da Rede Manchete de Televisão. Quando voltou de viagem aos Estados Unidos em 1981, ele encontrou o projeto de TV bastante adiantado, mas não estava a par de quase nada. E mais: o investimento numa rede de televisão não estava entre as suas prioridades, pois segundo o próprio Adolfo Bloch, queria continuar investindo na editora e concretizar o projeto de fabricar latas de alumínio. Ele relutava consigo e custou-lhe a idéia de ter a sua estação de TV. Mas quando aderiu, e seguindo o seu temperamento, foi para valer. Em 5 de junho de 1983, depois de vários adiamentos, a Rede Manchete era finalmente inaugurada.
No Mesmo Ano, Adolpho, comprou a Rádio Clube do Pará, que ficou em suas mãos até 1992.
No início de novembro de 1995, Adolpho Bloch foi internado no hospital da Beneficência Portuguesa, em São Paulo, para tratar dois problemas: embolia pulmonar e disfunção da prótese da válvula mitral do coração. Na madrugada do dia 18 para o dia 19, seu quadro agravou-se, e ele precisou ser operado, mas não resistiu. "Seu Adolpho" faleceu no dia 19 de novembro de 1995 aos 87 anos, sem ter tido filhos. Deixava apenas a esposa, Anna Bentes, com quem vivia desde 1980, tendo o seu casamento oficializado apenas em 1992. Com isso, as empresas de seu grupo passaram para o controle do sobrinho de Bloch, Pedro Jack Kapeller (conhecido como Jaquito), que ficou no comando destas até o ano 2000, quando o Conglomerado Bloch deixou de existir.
Em 1998 é inaugurada uma Escola Técnica com o seu nome, localizada no bairro de São Cristóvão, no Rio de Janeiro. A Escola Técnica Estadual Adolpho Bloch (ETE Adolpho Bloch) é a única escola de Comunicação da América Latina.

Fonte: Wikipédia, a enciclopédia livre.

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